Uma reportagem bem recente, com ótima síntese de um estudo
científico, nos parece dar o golpe de misericórdia na teoria da reencarnação, justamente naquilo que os
reencarnacionistas mais alegam ser prova de vidas passadas, a saber, as
estranhas memórias de experiência vividas antes de nosso nascimento (o leitor
deve ler a reportagem depois deste comentário: por favor leia
AQUI). Com efeito e a rigor, a complexidade da memória humana é tão abissal
ou profunda que a mera investigação de uma lembrança deveria suscitar os mais
minuciosos estudos, sem contar que deveria abordar a própria infra estrutura do
cérebro, a constituição da mente, a capacidade de memorização do espírito e as
evidências de propagação social das vivências humanas, naquilo que os técnicos
chamaram de “memória coletiva”. Enfim, é um verdadeiro ‘labirinto de
minotauro’, com seus mil e um túneis escuros, onde cientista algum jamais deu
uma resposta definitiva ou 100% segura em sua totalidade. Neste sentido, com
tão medonho labirinto existindo entre o pesquisador e o pesquisado, e entre a
pesquisa e os estudantes, não há nada a acrescentar para provar o óbvio: tudo o
que ocorreu antes de nós está oculto sob as densas trevas do desconhecimento e
até da incapacidade de apreensão das realidades passadas, e as “notícias” que
nos chegam aos borbotões não nos dão garantia alguma de suas circunstâncias e
origens, cabendo a qualquer sábio a
humildade perante o mistério. Ou melhor, cabendo a humildade de reconhecer
o mistério profundo de suas próprias lembranças individuais (mesmo aquelas
vividas no dia anterior ao hoje, ontem mesmo), quedar-se pasmo diante da imensa
ignorância que as memórias coletivas adicionam à memória planetária como um
todo, e o inconsciente coletivo de Jung
deve ser encarado até como “simples ninharia” diante da rocambolesca
complexidade da mente humana, entendida como um todo em conjunto espiritual com
o planeta inteiro. Neste sentido, qualquer sábio deveria reconhecer que tão
grande mistério (o da memória individual e coletiva, que vara toda a história do
tempo) torna inconsistente, pobre, incoerente e até desnecessária a crença na teoria
da reencarnação, pois o mais provável infinitamente mais provável é que, com
tantas memórias individuais – perdidas ou recuperadas por nosso “mecanismo-resgatador-falho”
– e incontáveis memórias coletivas (também perdidas da noite dos tempos), não
há razão lógica alguma para acreditar que nossas lembranças de supostas vivências
constituam qualquer prova razoável de vidas passadas, porquanto não passem de enxertos
de emoções intrometidas na nossa genética, por conta da estranha “transmigração
mnemônica” agora provada em laboratório. Enfim, eis aí chegada a verdade pela
Ciência, que os espíritas fraudulentamente chamavam para si, enquanto Deus
permitia a ignorância que um dia Ele mesmo iria debelar. Viva o Senhor da
Verdade!
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