SALA DE LEITURA DA EAT

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Vê-se CS Lewis no Quadro Central, ladeado por seus livros, o Busto de MacDonald à direita e a "Vela do Saber" acesa.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Gêmeos siameses: salvação da alma independe do corpo físico


Uma velha questão se coloca mui frequentemente nas rodas teológicas, a saber, se a salvação inclui corpo ou somente alma (e seu aparato complexo de mente e espírito). Porém, como sempre repetimos, é uma questão capciosa e volumosa, mas não impossível de entendimento humano. Vejamos se há condições de resumi-la ainda mais numa nota como esta. Todos os que serão salvos pelo longo processo salvífico de Jesus (o qual inclui a crença incondicional na Ressurreição dEle e nossa, e também a prática de boas obras para habituar a alma no caminho do Bem e assim obstaculizar o efeito dos vícios antigos a que se apegou) receberão um novo corpo, chamado de ressurreto na Bíblia e de sólido por CS Lewis (em “The Great Divorce”). Entretanto, este novo corpo, embora tenha a fisionomia do antigo, será totalmente diferente dele, pois poderá fazer coisas extraordinárias, como voar, atravessar paredes, ficar invisível ou luminoso e assim por diante. Todavia, o caminho da alma é muito diferente deste. Pois ela é quem cometeu o pecado original (e todos os outros pecados) e por isso é ela quem contraiu a dívida com Deus. Logo, a fé na ressurreição e o hábito de fazer o bem são as obras necessárias para gerar o bom caráter, que nada mais é que uma alma boa, como cantava o padre Zezinho
Assim sendo, se o corpo será dado como “acréscimo ou up-grade” ao conjunto da pessoa após a ressurreição, a alma terá que continuar construindo (Fp 2,12) a sua salvação com temor e tremor no Hades, até que esteja limpa de todos os seus vícios e capaz de gostar das ofertas do Céu, que obrigam a santidade total. Eis uma síntese sacrificial da verdade, ou com a totalidade sacrificada da verdade, para bom entendedor. E é isto que vem explicar o título deste post: Se a salvação já incluísse o corpo físico frágil e pobre dos macacos humanos, como Deus iria resolver a questão dos gêmeos siameses que vivem muitos anos? Veja outro exemplo NESTE link. E mais outro NESTE outro link. Ora, os siameses são duas almas distintas, mas possuem um só corpo! Assim, como perguntariam os fariseus: “na ressurreição final, como ficaria a ‘divisão corpórea’ delas? Deus iria levar ao Céu duas almas unidas num só corpo? E se uma delas estivesse em pecado e a outra não?”... Logo, a resposta é: Deus ajudará a construir dois corpos sólidos na longa caminhada daquelas almas e cada uma responderá por si, podendo uma chegar ao Céu antes da outra, muitos anos antes. Aqui está a diferença entre uma teologia simplista e a teologia cristã defendida por Lewis no livro “Mere Christianity”.

Um comentário:

  1. A questão não é a longevidade, a questão é a carreira terminada. A questão não é o pecado, é o perdão. O perdão é divino e de quebra é terapêutico. A carreira terminada fecha a história e de quebra pode ser longeva. Se a carreira não terminou é porque Deus assim o quis. Não existe longevidade, existe eternidade. Para esta temos uma meta que é alcançar a salvação para alcançá-la plenamente. A eternidade é inexorável, ela nos açambarca em cheio antecedendo-nos e sucedendo-nos e permanece para sempre independente se alcançamos ou não a salvação. Os não salvos lamentavelmente terão morte eterna também conhecida como inferno. Morreremos conforme viveremos. Aquela, a longevidade, não passa de uma mera quebra a exclusivo critério dos Céus que, no entanto, respeitam as individualidades daqueles que a inibem em vidas turbulentas. E uma vida turbulenta pode não ter uma culpa própria e nem autoria, tem um protagonismo. É a questão da inconsciência. Pode estar ocorrendo o fenômeno da indução. É por isto que os humanos seremos submetidos a 2 julgamentos o particular e o universal. Um brasileiro que viveu em Cuiabá no Brasil pode ser também responsável por toda uma vida de um russo nos confins da Sibéria e vice-versa...:)

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