SALA DE LEITURA DA EAT

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Vê-se CS Lewis no Quadro Central, ladeado por seus livros, o Busto de MacDonald à direita e a "Vela do Saber" acesa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A PRECISÃO DO PAPEL DAS ESTÁTUAS

VERSEJANDO SOBRE A IDOLATRIA DA VISÃO E A MIOPIA DAS LETRAS
Uma era de cabeças vazias não poderia jamais ser seduzida por palavras, muito menos se elas fossem muitas e chegassem por escrito.


Estamos num tempo sem formatura, sem cultura e sem leitura, onde a visão é endeusada e só pela visão se atrai gente. Além de tudo estamos num tempo de confusão, com mil e uma igrejas na contramão, e só com uma leitura da cultura vigente, se pode pensar em salvar um cristão.

Lá pelos meados da Antiguidade cristã, vindo até à Idade Média, o mundo deu para nós um sonoro exemplo de como alcançar o coração, numa época igual à nossa, de vazio e alienação, onde também não havia interesse no amanhã, só no agora que se via e esvaía, no que encantava a observação.

Então um movimento de dentro da Igreja nascido, liderado por um ex-ministro da mais alta Teologia, julgou doutrina sadia esvaziar todo o Credo e propor uma nova igreja sem idolatria, segundo supunha o esperto mancebo crescido, que não agüentava mais juntas a fé e a corrupção.

Por sua astuta razão, também se esqueceu que cultura não é pra toda a população, querendo ou não, e assim todas as estátuas retirou e quebrou, julgando tratar-se de falso culto de falsos adoradores, inaugurando uma estranha igreja de elite e erudição para o bando de ignorantes que o idolatrou.

Não deu outra na contramão da História, que vira e mexe faz voltar os atrasos das idas e vindas da vitória da indisposição de ânimo, e ânimo apenas de quem pode comprar tudo o que vê, mas nem sempre gosta do que não vê, e assim as letras foram outra vez engavetadas e as chaves esquecidas.

E o povo voltou às trevas da ignorância e agora só valorizam aquilo que podem ver, e a única obra literária que ainda pega são revistas cheias de fotos, assim como todos vêem TV e cinema, mas ninguém lê os livros que os inspiraram, voltando ao perigoso tempo da maria-vai-com-as-outras!

Se as igrejas que hoje reclamam da presença das estátuas ainda não perceberam esta realidade da ignorância do povão e do endeusamento da visão, terminarão assim mesmo, cheias de gente que só lê um livro, se é que lêem, se é que sabem ler ou entender o que lêem, tristes porque nada vêem...


Prof. João Valente de Miranda (eatjvs@gmail.com).

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